quinta-feira, 9 de junho de 2016

Manifesto da 17ª Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa



Celebrar as diferenças, transcender o género!
Manifesto da Marcha do Orgulho LGBT - Lisboa 2016


Saímos à rua em Lisboa pela 17ª vez para marchar com cada vez mais orgulho em transcender o género. As pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans, conhecem bem a violência desse sistema de regras e de papéis rígidos, um sistema de binarismos, proibições e punições que nos limita e que nos quer dizer quem somos, o que somos, como nos devemos expressar ou com quem e como  nos devemos relacionar. Saímos à rua para mostrar que recusamos a repressão da diversidade de género e que vamos continuar a transcender a opressiva norma binária porque celebramos todas as nossas diferenças!

Ao assinalarmos uma década sobre o assassinato de Gisberta, no Porto, saímos à rua também em Lisboa para recordar que a violência é usada para silenciar as nossas diferenças. Saímos à rua porque é urgente dar prioridade aos direitos das pessoas trans.

TRANScender o género é despatologizar as identidades trans e privilegiar a autonomia de todas as pessoas trans na definição de si próprias, quer na lei, quer na saúde, quer na sociedade. É afirmar a necessidade de incluir a identidade e a expressão de género no artigo 13º da Constituição. E é exigir os cuidados de saúde competentes que respeitem essa autonomia, incluindo finalmente cirurgias com garantias de qualidade no SNS.

Mais: transcender o género é recusar as mutilações à nascença feitas a crianças intersexo, uma aberrante violação de Direitos Humanos perpetrada em nome da normalização do sexo-género.

Saímos à rua para uma vez mais chamar a atenção para a saúde, que ainda está longe de ser para todas as pessoas. Porque o género continua a pôr em causa o acesso à saúde sexual e reprodutiva.Porque o preconceito sempre assente no género está também na base dos critérios estigmatizantes, discriminatórios e errados que continuam a vedar a doação de sangue a todos os “homens que têm sexo com homens”. Porque a discriminação das pessoas LGBT no acesso à saúde continua a impedi-las de recorrerem com segurança a profissionais de um serviço público tão fundamental. Porque continuamos a precisar de estratégias integradas de prevenção do VIH que incluam o acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP), sempre a par de estratégias de combate à discriminação e ao estigma associados ao VIH.

Saímos à rua para recusar todas as violências que os papéis de género continuam a impor: os crimes de ódio que são cometidos contra nós e que continuam a acontecer em silêncio, o bullying nas escolas mas também em casa ou no local de trabalho, os suicídios de quem sofre por se afirmar ou por não se poder afirmar. Acabar com toda a violência da discriminação só é possível transformando a sociedade, para o que são fundamentais a intervenção política, a educação sexual, a educação para a cidadania, a sensibilização e formação para a diversidade alargadas.

Saímos à rua para mostrar que somos pessoas com uma enorme diversidade: pessoas trans, pessoas de todas as origens étnicas e nacionais, requerentes de asilo, pessoas com necessidade especiais, pessoas que exercem trabalho sexual, pessoas de várias religiões, pessoas que têm diferentes modelos relacionais e familiares, pessoas idosas e jovens, pessoas arromânticas, assexuais, bissexuais, lésbicas, pessoas que estão em relações poliamorosas e não-monogâmicas consensuais, mas sempre pessoas com Direitos Humanos inalienáveis. Saímos à rua para celebrar as diferenças e dizer que cada pessoa tem que poder ser reconhecida na interseção das suas várias identidades – e  ter direito a todos os direitos.

Saímos à rua para celebrar vitórias legais que já alcançámos e afirmar as que estão por conseguir: nossa luta está só a começar.

Saímos à rua em Lisboa, pela 17ª vez, para dizermos em conjunto que  continuaremos a lutar, com cada vez mais força, que é a força de todas as nossas diferenças.

Saímos à rua para marcharmos com orgulho em CELEBRAR AS DIFERENÇAS e TRANSCENDER O GÉNERO! 

Subscrevem:  

Academia Cidadã
actiBIstas - coletivo pela visibilidade bissexual
AMPLOS
APF - Associação para o Planeamento da Família
Bichas Cobardes
Conselho Nacional da Juventude
GAT
Grupo Transexual Portugal
ILGA Portugal
Lóbula
Marcha Mundial das Mulheres - Portugal
não te prives
O Clítoris da Razão
Opus Gay
Panteras Rosa
PolyPortugal
Precários Inflexíveis
rede ex aequo
Rota Jovem
SOS Racismo
UMAR

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Queres criar o cartaz da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa 2016?


À atenção de artist@s, design@rs, gráfic@s, desenhador@s,amador@s, profission@is, criativ@s, imaginativ@s, curios@s, militant@s, ativist@s, e todXs!



A organização da Marcha do Orgulho LGBT - Lisboa 2016 recebe até 20 de março propostas para o CARTAZ da próxima edição. Com o lema "Celebrar as diferenças, TRANScender o género" pretendemos continuar a usar o cartaz como meio fundamental da comunicação e divulgação da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa.

A COMPOSIÇÃO DEVE INCLUIR OS SEGUINTES ELEMENTOS:

- "17ª Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa";
- Data e hora de início: 18 de Junho de 2016 - 17h;
- Local de partida/início: "Jardim do Príncipe Real";
- Pedimos que as propostas reflitam o lema da manifestação “eu, tu, nós Celebrar as diferenças, Transcender o Género”
- Espaço na secção inferior para os logótipos das associações que constituem a Comissão Organizadora


REQUISITOS DO PRODUTO:

- Tamanho do cartaz: 700 x 500 mm;
- Resolução pretendida: 300 a 450 dpi [mín. e máx.];
- Formatos digitais aceites: JPG, TIF, EPS ou PDF;
- Composição gráfica livre, sob a condição de respeitarem o objetivo do cartaz, ou seja, a divulgação da marcha.

PROCESSO DE SELEÇÃO:
- O concurso encerrará no dia 20 Março 2016, às 23h59. Até essa data as propostas devem ser enviadas para o email: marchalgbt@gmail.com;
- Qualquer candidatx pode enviar um número ilimitado de propostas, desde sejam trabalhos originais e inéditos;
- Cada candidatx deve enviar a/s sua/s proposta/s, juntamente com o seu nome e contactos (email e telefone).
- Cada proposta será avaliada após a data de fecho do concurso pela comissão organizadora.

Após a seleção da proposta vencedora, será pedido ax designer que adapte o cartaz para elementos de divulgação acessórios mais simples: um banner adaptado à imagem de capa no Facebook e um folheto A5, que mantenham a mesma linha gráfica.

- A Comissão reserva-se o direito de propor alterações ao cartaz em conformidade com questões estéticas ou conceptuais que considere pertinentes.
- A MOL é composta por organizações sem fins lucrativos e todas as iniciativas de angariação de fundos servem para financiar a manifestação e os seus momentos de divulgação. Por esse motivo, haverá um prémio de carácter simbólico no valor de 100€ para x designer do cartaz escolhido. Será elaborada uma carta de recomendação, se solicitada, para aquelxs que desejem incluir este trabalho no seu portfólio.

- Qualquer dúvida ou questão relativa ao concurso deve ser enviada para o email marchalgbt@gmail.com